Nessa tarde a estrela fui eu.
Tomei um banho demorado, fiz uma escova, me maquiei e coloquei o meu mais gostoso perfume. Eu sabia que seria muito abraçada e que distribuiria milhares de beijos.
Hoje foi a festinha de comemoração do Dia das Mães na pré-escola das minhas filhas. Muita expectativa rondava essa festa porque a minha Gigi há duas semanas cochichava no ouvido do pai o que iria rolar. A bichinha é danada, sabe guardar segredo mesmo! Eu perguntava sobre a música, perguntava se ia ter presente e ela soltava um sorriso maroto, não deixando escapar nenhuma pista.
Quanta surpresa!
Ao vê-las cantando o meu coração transbordou de amor e meus olhos marejaram. Sempre esperei pelo momento de ser mãe e olhá-las ali cantando, fazendo gestos e apontando para os coleguinhas:
“olha lá minha mamãe” me fez sentir o quanto sou responsável por essas duas vidinhas.
Tão inocentes, não imaginam a dureza dessa vida e as mazelas desse mundão. Donas de um coração tão puro, sequer conhecem a maldade do ser humano.
Ah se eu pudesse sempre tê-las debaixo de minhas asas, se eu pudesse sempre rugir para aqueles que tentarem atravessar com maldade os seus caminhos, se eu pudesse conservá-las sempre assim: pequenas, inocentes, felizes e com o coraçãozinho cheio de paz de espírito... mas filhos crescem e eu ainda não sei lidar com essa coisa de tê-las para o mundo.
Vou precisar aprender antes que seja tarde.