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Espere pelo inesperado
segunda-feira, 22 de setembro de 2008


Nunca estamos preparados para más notícias até recebê-las. Num primeiro instante o choque, no segundo um pensamento pedindo para ser um sonho, no terceiro um toc-toc na cabeça dizendo: “sim, isso é real”.
A gente nunca sabe a força interior que tem até necessitar dela.
Há 10 dias, descobrimos que meu pai tem câncer. Um pequeno assassino de 4 cm, instalado em seu assoalho da boca e que dia a dia vem tirando o sossego de nossa família.
Nesses 10 dias já senti todas as emoções e vivi dias de completo desespero, aflição, medo, agonia, pena e empatia. Vontade imensa de estar no lugar dele, de sentir a dor por ele, de querer resolver isso para ele. Mais uma vez me lembro do quanto sou impotente... essa minha eterna mania de perfeição, de ser pragmática e resolver tudo nessa hora não passam de simples devaneios.
Chorei muito também - praticamente 3 dias. Chorei até quase me perder nas minhas próprias lágrimas e vi que elas também não resolveriam este problema.
Meu pai não é imortal, tão humano quanto essa doença, mas jamais pensei enfrentar uma barra tão pesada. Vê-lo acuado, com os olhos suplicando socorro me deixa com o coração aos caquinhos.
Sim, estou sofrendo. E muito.
A cirurgia, de 10 horas com reconstrução facial, será na sexta, dia 26. Por enquanto estamos correndo com a papelada de liberação dos procedimentos, exames pré-operatórios, consultas e fisioterapia.
Tê-lo vivo, hoje, é o meu maior desejo.
Minha vida deu uma guinada tremenda e hoje sou alguém melhor do que há 10 dias. Não há como ser a mesma diante das opções: vida x morte.
Reavaliei e vi que recebi um convite para que eu mude algo em minha caminhada. Essa dor, minha grande professora, me fez refletir e questionar os meus valores, as minhas capacidades e a minha paciência.
Lá do fundo do peito, tiro o meu mais belo sorriso, o meu olhar mais terno e o meu abraço mais acolhedor, e ofereço a quem sempre só me quis bem, meu paizinho.
Força não sei de onde tiro, mas os amigos...ah sim, nessa hora eu conheço os verdadeiros, são a minha grande ponte. Palavras, afeto, ombro para chorar, disponibilidade e (muito) carinho são os combustíveis que recebo deles.
Tudo isso somado aos olhinhos tão cheios de vida das minhas filhas, me fazem crer que a vida sim, é linda e vale a pena continuar apesar de TUDO.


Por Gisele às 17:22|